quinta-feira, dezembro 31, 2009
Canto Esponjoso
Bela
esta manhã sem carência de mito,
E mel sorvido sem blasfémia.
Bela
esta manhã ou outra possível,
esta vida ou outra invenção,
sem, na sombra, fantasmas.
Humidade de areia adere ao pé.
Engulo o mar, que me engole.
Valvas, curvos pensamentos, matizes da luz
azul completa
sobre formas constituídas.
Bela
a passagem do corpo, sua fusão
no corpo geral do mundo.
Vontade de cantar. Mas tão absoluta
que me calo, repleto.
Carlos Drummond de Andrade
Imagem retirada do Google
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3 comentários:
Muito belo. Fechar o ano com chave de ouro. Beijinhos, Isabel.
e repleta fiquei eu ao ler este belo poema.
Boas entradas e que 2010 te traga o que não tiveste no que agora finda e beijos para ti e todos os teus:)
Gostei... Para fechar o ano em grande.
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