terça-feira, junho 30, 2009

Maresia



Sabes-me a maresia
Algas que se entrelaçam
Nos meus tornozelos
Búzios e conchas
Na areia húmida
Murmuram-me
Sons desfeitos
No ritmo da maré
Vazante cálida
Enquanto caminho
Sem saber por onde
Sem saber porquê
Gaivotas esvoaçam
São gritos que ecoam
Suplicantes doridos
Gotas em compassos
Salpicam-me
E afogo-me em ti
Um sabor salgado
Tão doce na minha boca
Como a ternura
Em que caminho.

Paula Raposo, in"II Antologia das Noites de Poesia em Vermoim", pág.86, J.F.V.

Imagem retirada do Google

4 comentários:

rabeca disse...

Continuando:

Ternura minha que te esvais.
Quanto desejaria
Que fosses a minha companhia
E que escutasses os meus ais.

Fatyly disse...

Como a ternura
Em que caminho.
..............
um caminhar sentido e tão poético.
Gostei muito!

Beijocas e um bom dia

Paula Raposo disse...

Surpreendes-me sempre, Isabel! Gostei de me ler aqui...obrigada. Beijinhos.

peciscas disse...

Mais um poema com a marca inconfundível da Paula.