quinta-feira, janeiro 08, 2009

No dormitório do colégio interno



A Lua tinha
uma trança longa e negra
e dormia na cama
junto à minha
debaixo da janela.
Era asmática a Lua
e o ar da noite fria
o ar todo ao redor
não era suficiente
para ela.
Eu ia buscar-lhe água,
os pés descalços
sobre os azulejos
nos corredores cheios
de fantasmas,
e ela se debruçava
sobre o copo
sorvendo lentos goles
de via-láctea.
Mas só com a chegada
da manhã
quando tocava o sino da capela
cessava a asma.
A luz branca se punha
sob a pele
e vinha então o sol
tomar-lhe a boca.

Marina Colasanti

Imagem retirada do Google

5 comentários:

Paula Raposo disse...

Deste poema não gosto. Frio. Ao falar-se de asma não me soa bem. Só isso. Beijos.

Isabel Filipe disse...

diferente ...


mas interessante.


bjs

Alien8 disse...

Wind,

De tudo o que li, ficou-me sobretudo a ideia naquele poema do Borges a um gato. Posso copiá-lo para o meu Blogato? :)

Uma vez mais, um excelente 2009 para ti!

Beijos.

peciscas disse...

Surpreendente, insólito, mas gostei.

Fatyly disse...

Subscrevo as palavras do Peciscas.

Beijos