Amor, amor, amor, como não amam os que de amor o amor de amar não sabem, como não amam se de amor não pensam os que de amar o amor de amar não gozam. Amor, amor, nenhum amor, nenhum em vez do sempre amar que o gesto prende o olhar ao corpo que perpassa amante e não será de amor se outro não for que novamente passe como amor que é novo. Não se ama o que se tem nem se deseja o que não temos nesse amor que amamos, mas só amamos quando amamos o acto em que de amor o amor de amar se cumpre. Amor, amor, nem antes, nem depois, amor que não possui, amor que não se dá, amor que dura apenas sem palavras tudo o que no sexo é sexo só por si amado. Amor de amor de amar de amor tranquilamente o oleoso repetir das carnes que se roçam até ao instante em que paradas tremem de ansioso terminar o amor que recomeça. Amor, amor, amor, como não amam os que de amar o amor de amar o amor não amam.
Jorge de Sena
Imagem retirada do Google
3 comentários:
Este poema faz-me lembrar "um trave línguas" puxa que a minha cabeça deu nó:):):):)
Mas não deixa de ter a sua beleza e a foto que escolheste é excelente.
Beijocas e um bom domingo
Ui, tanto amor. Há quem tenha mesmo muito amor para dar e vender e há também os que amam coisas e não pessoas. Um dos amores mais comuns é por exemplo o amor ao dinheiro. :P
"Amor de amor de amar de amor tranquilamente"
Gosto.
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