António GedeãoAparelhei o barco da ilusãoE reforcei a fé de marinheiro.Era longe o meu sonho, e traiçoeiroO mar...(Só nos é concedidaEsta vidaQue temos;E é nela que é precisoProcurarO velho paraísoQue perdemos).Prestes, larguei a velaE disse adeus ao cais, à paz tolhida.Desmedida,A revôlta imensidãoTransforma dia a dia a embarcaçãoNuma errante e alada sepultura...Mas corto as ondas sem desanimar.Em qualquer aventura,O que importa é partir, não é chegar.
Imagem retirada do Google
6 comentários:
Aprecio a escrita de António Gedeão.
O mesmo não posso dizer em relação às letras que terei que escrever quando saír.
:(
Bj
Gostei de reler o que é sempre maravilhoso.
Beijocas
Magnífica escolha poética.
Gostei, como sempre.
Isabel, querida amiga, tem um bom fim de semana.
Beijo.
Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos
O pagão do Fernando Pessoa se calhar acreditava, como muita gente hoje em dia acredita, que existem sempre muitas outras vidas para cada um de nós, de modo a nos aperfeiçoarmos e nos desenvolvermos espiritualmente. Isso é, no mínimo, altamente contraditório em relação aos caprichos da demografia e da ciência/lógica.
Fernando Pessoa?
Este poema é de António Gedeão.
Eu sei. Apenas confrontei uma suposta posição do Pessoa em relação à posição do Gedeão.
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