sexta-feira, fevereiro 15, 2013

Ausência



Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.


Carlos Drummond de Andrade

Foto:Eric Richmond

4 comentários:

Anónimo disse...

Ou como já ouvi por aí, o que nós já tivemos permanece sempre connosco, pelo menos para nós. :)

Anónimo disse...

Conceitos de um poeta.
Discutíveis.

Bj

Nilson Barcelli disse...

H ausências bem agradáveis...
Isabel, querida amiga, tem um bom fim de semana.
Beijo.

Fatyly disse...

Tão verdadeiro!!!!

Beijocas