Ausência
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade
Foto:Eric Richmond
4 comentários:
Ou como já ouvi por aí, o que nós já tivemos permanece sempre connosco, pelo menos para nós. :)
Conceitos de um poeta.
Discutíveis.
Bj
H ausências bem agradáveis...
Isabel, querida amiga, tem um bom fim de semana.
Beijo.
Tão verdadeiro!!!!
Beijocas
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