terça-feira, abril 26, 2011
A lucidez do amante que adormece...
A lucidez do amante que adormece
sobre o seio da amada é a respiração da palavra
que movendo-se se deita sobre o seu ténue leito
que é uma nuvem que avança e no ar se dissipa
Mas o seio da palavra é o seu horizonte
que está para além de uma montanha branca
de silêncio e vagarosa luz
e quando se abre é plumagem de uma ave
que não tem corpo e é o que não há
num cintilar de nulo sortilégio
em que a lucidez encontra o seio e o horizonte
que vibram com a côncava harmonia
de não serem mais que a ténue integridade
de uma matéria que se tornou ritmo e puro espaço
António Ramos Rosa
Imagem retirada do Google
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Mais um belo trabalho do ainda para mim desconhecido António Ramos Rosa.
Fantástico!
Beijocas
Enviar um comentário