quinta-feira, abril 21, 2011
Cântico
Num impudor de estátua ou de vencida,
coxas abertas, sem defesa..., nua
Ante a minha vigília, a noite, e a lua,
Ela, agora, descansa, adormecida.
Dos seus mamilos roxos-azuis, em ferida,
Meu ohar desce aonde o sexo estua.
Choro... e porquê? Meu sonho, irreal, flutua
Sobre funduras e confins da vida.
Minhas lágrimas caem-lhe nos peitos...,
Enquanto o luar a nimba, inerte, gasta
Da ternura feroz do meu amplexo.
Cantam-me as veias poemas nunca feitos...
E eu pouso a boca, religiosa e casta,
Sobre a flor esmagada do seu sexo.
José Régio
Imagem retirada do Google
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
Sensual
Muito belo
Não conhecia este poema e gostei imenso.
Beijocas e um bom serão
Um soneto memorável de José Régio.
Gostei.
Enviar um comentário