sexta-feira, dezembro 31, 2010
Shelley sem anjos e sem pureza
Shelley sem anjos e sem pureza,
aqui estou à tua espera nesta praça,
onde não há pombos mansos mas tristeza
e uma fonte por onde a água já não passa.
Das árvores não te falo pois estão nuas;
das casas não vale a pena porque estão
gastas pelo relógio e pelas luas
e pelos olhos de quem espera em vão.
De mim podia falar-te,mas não sei
que dizer-te desta história de maneira
que te pareça natural a minha voz.
Só sei que passo aqui a tarde inteira
tecendo estes versos e a noite
que te há-de trazer e nos há-de de deixar sós
Eugénio de Andrade
Imagem retirada do Google
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5 comentários:
Paz, Saúde e Amor.
Um ano de 2011 cheio de desafios concretizados.
Uma delícia de soneto que embora triste é altamente preenchente. A foto é lindissima.
Beijocas linda e Bom Ano
Uma beleza de poema!
Beijos.
A tristeza que se constata na escrita de Eugénio de Andrade não nos impedirá dela retirar o melhor.
Bom ano e bjs.
Um bom ano de promissores olhares e sonhos. De sentimentos. De poemas à flôr da pele.
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