segunda-feira, dezembro 20, 2010
Obscuro domínio
Amar-te assim desvelado
entre barro fresco e ardor.
Sorver o rumor das luzes
entre os teus lábios fendidos.
Deslizar pela vertente
da garganta, ser música
onde o silêncio aflui
e se concentra.
Irreprimível queimadura
ou vertigem desdobrada
beijo a beijo,
brancura dilacerada
Penetrar na doçura da areia
ou do lume,
na luz queimada
da pupila mais azul,
no oiro anoitecido
entre pétalas cerradas,
no alto e navegável
golfo do desejo,
onde o furor habita
crispado de agulhas,
onde faça sangrar
as tuas águas nuas.
Eugénio de Andrade
Imagem retirada do Google
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4 comentários:
Ao ler senti a calmia da foto:) lindissimo!
Beijocas e um bom dia
Lindos o poema e a foto escolhidos...beijos.
Magnífica conjugação entre o texto e a foto.
Bj
Boa escolha.
Feliz Natal, querida amiga.
Beijos.
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