domingo, junho 14, 2015

Desde a aurora



Para levar à boca,
eis as mãos:
procuram-te desde o chão,
entre os veios do sono
e da memória procuram-te:
à vertigem do ar
abrem as portas:
vai entrar o vento ou o violento
aroma de uma candeia,
e subitamente a ferida
recomeça a sangrar:
é tempo de colher: a noite
iluminou-se bago a bago:vais surgir
para beber de um trago
como um grito contra o muro.
Sou eu,desde a aurora,
eu-a terra-que te procuro.
de Obscuro Domínio.

Eugénio de Andrade

Foto retirada do Google

3 comentários:

Fatyly disse...

Este talvez seja um dos poemas de Eugénio de Andrade que menos gosto por ser demasiado confuso!

Beijocas e um bom domingo

Anónimo disse...

Acentue-se pouca clareza de Eugénio de Andrade neste poema.
Beijos

Anónimo disse...

Simplesmente Eugénio de Andrade. :)

Boa semana, amiga!