Desde a aurora
Para levar à boca,
eis as mãos:
procuram-te desde o chão,
entre os veios do sono
e da memória procuram-te:
à vertigem do ar
abrem as portas:
vai entrar o vento ou o violento
aroma de uma candeia,
e subitamente a ferida
recomeça a sangrar:
é tempo de colher: a noite
iluminou-se bago a bago:vais surgir
para beber de um trago
como um grito contra o muro.
Sou eu,desde a aurora,
eu-a terra-que te procuro.
de Obscuro Domínio.
Eugénio de Andrade
Foto retirada do Google
3 comentários:
Este talvez seja um dos poemas de Eugénio de Andrade que menos gosto por ser demasiado confuso!
Beijocas e um bom domingo
Acentue-se pouca clareza de Eugénio de Andrade neste poema.
Beijos
Simplesmente Eugénio de Andrade. :)
Boa semana, amiga!
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