quarta-feira, janeiro 16, 2013

Se as minhas mãos pudessem desfolhar



Eu pronuncio teu nome
nas noites escuras,
quando vêm os astros
beber na lua
e dormem nas ramagens
das frondes ocultas.
E eu me sinto oco
de paixão e de música.
Louco relógio que canta
mortas horas antigas.

Eu pronuncio teu nome,
nesta noite escura,
e teu nome me soa
mais distante que nunca.
Mais distante que todas as estrelas
e mais dolente que a mansa chuva.

Amar-te-ei como então
alguma vez? Que culpa
tem meu coração?
Se a névoa se esfuma,
que outra paixão me espera?
Será tranqüila e pura?
Se meus dedos pudessem
desfolhar a lua!!


Garcia Lorca

Imagem retirada do Google

5 comentários:

Anónimo disse...

Soberbo!!!

Bj

Fatyly disse...

Este poema é mesmo o que diz o Observador: SOBERBO!

Beijos e um bom serão

Anónimo disse...

tranqüila

É brasuca!!! :P

Mas, claro, soberbo. :D

wind disse...

A tradução é brasileira, sim:)

Anónimo disse...

Só podia ser! Afinal de contas é (infelizmente) o "português" mais falado do mundo...