sábado, outubro 06, 2012
Soneto
Lábios
que encontram outros lábios
num meio de caminho, como peregrinos
interrompendo a devoção, nem pobres
nem sábios numa embriaguez sem vinho:
que silêncio os entontece quando
de súbito se tocam e, cegos ainda,
procuram a saída que o olhar esquece
num murmúrio de vagos segredos?
É de tarde, na melancolia turva
dos poentes, ouvindo um tocar de sinos
escorrer sob o azul dos céus quentes,
que essa imagem desce de agosto, ou
setembro, e se enrola sem desgosto no chão obscuro desse amor que lembro.
Nuno Júdice
Imagem retirada do Google
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2 comentários:
Gostei sim senhora:)
Beijocas e um bom sábado
Quando lábios encontram outros lábios pode acontecer uma turvação.
Gosto este trabalho do Nuno.
Bj
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