sexta-feira, julho 13, 2012
Pelo Alto Alentejo-1
Os homens desertaram destas terras.
Só um bacoco,a rufiar com a sombra,
só um bacoco,bolsado das tabernas,
em sete palmos,só,se reencontra.
Turistas fotografam cal e pedras:
o cubismo de casas e ruelas.
Nas soleiras sobraram umas velhas.
Escorre-lhes o preto pelas canelas.
Num caixote com rodas ,meigo tolo,
-um que não veio,aos ésses,lá das Franças,
passar com os velhotes as vacanças-
preso a um fio de cuspo,vende jogo.
Eu e a Teresa procuramos queijo.
O melhor que se traz do Alentejo.
Alexandre O'Neill
Imagem retirada do Google
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4 comentários:
Do Alentejo também se traz bom azeite.
Mas não quero intrometer-me no belíssimo trabalho de O'Neill.
Bj
Um triste retrato de Portugal...e que infelizmente foi sempre e é o que retrata este belíssimo poema. Gostei imenso da foto!
Beijocas e um bom sábado
Uma visão única do Alentejo, pelo olhar competente do Poeta.
Beijo, querida amiga.
Gosto muito do Alexandre O'Neill! Muito.
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