sábado, julho 21, 2012
Extrai todos os dias
Extrai do todos-os-dias
O hoje de todo-o-sempre
Até ao fim do mundo
Quando o sol gelar
A última eternidade.
Embala amanhã nos braços dos outros
A criança esquecida
Que foi agora atropelada
Por mil automóveis
Em todas as ruas do mundo.
Procura nas lágrimas recentes
Os olhos de hão-de chorá-las
Daqui a dez mil anos.
E se queres a glória
De ser ignorado
Pelo egoísmo do futuro
Ouve, poeta do desdém novo:
Canta os mortos das barricadas
E a volúpia das dores do tempo.
(Mas pede às rosas
que continuem a repetir-se
até o fim das pedras…
José Gomes Ferreira
Foto:Eli
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4 comentários:
Muito belo! Beijinhos, Isabel.
Repetindo-me, deixo-te rosas até ao fim das pedras...
Beijo.
Comovente e belo! Não conhecia.
Beijocas e um bom serão
Love it.
Bj
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