quinta-feira, fevereiro 10, 2011
Cidade
Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas,
Ó vida suja, hostil, inutilmente gasta,
Saber que existe o mar e as praias nuas,
Montanhas sem nome e planícies mais vastas
Que o mais vasto desejo,
E eu estou em ti fechada e apenas vejo
Os muros e as paredes, e não vejo
Nem o crescer do mar, nem o mudar das luas.
Saber que tomas em ti a minha vida
E que arrastas pela sombra das paredes
A minha alma que fora prometida
Às ondas brancas e às florestas verdes.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Imagem retirada do Google
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4 comentários:
O isolamento silencioso...gostei imenso!
Beijocas e um bom dia
Uma beleza!! O poema.
Beijos.
Detesto (mentira) esse teu hábito de colocares aqui coisas extraordinárias.
Assim não há como conseguir uma desculpa para deixar de passar por cá.
:D
Muito bela memória
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