sexta-feira, janeiro 07, 2011
Pirata
Sou o único homem a bordo do meu barco.
Os outros são monstros que não falam,
Tigres e ursos que amarrei aos remos,
E o meu desprezo reina sobre o mar.
Gosto de uivar no vento com os mastros
E de me abrir na brisa com as velas,
E há momentos que são quase esquecimento
Numa doçura imensa de regresso.
A minha pátria é onde o vento passa,
A minha amada é onde os roseirais dão flor,
O meu desejo é o rastro que ficou das aves,
E nunca acordo deste sonho e nunca durmo.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Imagem retirada do Google
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3 comentários:
Maravilha de poema!Belo.
Beijos.
Este poema é simplesmente magnífico e com uma mensagem que dá que pensar.
Beijocas
Sophia, Sophia, Sophia.
Obrigado, Wind.
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