A cavalo no vento sobrevoo
o destino sombrio deste porto,
aonde um rio vem morder o vulto
do mar confuso.
Ó mar despedaçado,
mordido em tanto flanco, o sobressalto
dos teus ombros nervosos já sacode
a terra toda!
E para quê mais portos
agressores, estaleiros rancorosos,
onde em surdina e sombra se conspira
contra a vida. . .?
. . . Contra a vida do mar e o seu poder
que só um corpo nu deve merecer!
David Mourão Ferreira
Foto:
Igor Laptev
4 comentários:
Um grande poema!
Beijocas
Excelente escolha.
Como sempre, querida amiga.
Boa semana, beijos.
Porque será que David Mourão Ferreira não escrevia nada sem jeito?
Lindo!
Qualquer poema do DMF é fabuloso: as palavras saltam dele para fora.
Beijos.
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