Estive sempre sentado nesta pedra
escutando, por assim dizer, o silêncio.
Ou no lago cair um fiozinho de água.
O lago é o tanque daquela idade
em que não tinha o coração
magoado. (Porque o amor, perdoa dizê-lo,
dói tanto! Todo o amor. Até o nosso,
tão feito de privação.) Estou onde
sempre estive: à beira de ser água.
Envelhecendo no rumor da bica
por onde corre apenas o silêncio.
Eugénio de Andrade
Imagem retirada do Google
4 comentários:
Tão bonito e sensível. Adorei!
Beijos e um bom dia
Muito bonito.
Enternecedor mesmo.
Bj
O silêncio tantas vezes nos diz muito, as vezes nos ensurdece de tanto gritar, e nós ficamos a espera de que algo se mova...
Excelente foto escolhida para um excelente poema, claro!
Beijos.
Enviar um comentário