domingo, outubro 11, 2009

Soneto de amor



Não me peças palavras, nem baladas,
Nem expressões, nem alma...Abre-me o seio,
Deixa cair as pálpebras pesadas,
E entre os seios me apertes sem receio.

Na tua boca sob a minha, ao meio,
Nossas línguas se busquem, desvairadas...
E que os meus flancos nus vibrem no enleio
Das tuas pernas ágeis e delgadas.

E em duas bocas uma língua..., - unidos,
Nós trocaremos beijos e gemidos,
Sentindo o nosso sangue misturar-se.

Depois... - abre os teus olhos, minha amada!
Enterra-os bem nos meus; não digas nada...
Deixa a Vida exprimir-se sem disfarce!

José Régio

Foto retirada do Google

3 comentários:

Paula Raposo disse...

Gosto imenso deste poema do José Régio. Muito mesmo. Beijinhos.

Fatyly disse...

e José Régio sempre escrevu sem disfarces! Lindissimo!

Beijos e uma boa tarde

mfc disse...

Lê-se sorvendo cada palavra!