Rompeu-se a bolsa.
Ficou meu filho solitário
Sem o aguado travesseiro.
A minha gata, essa,
É ela quem rasga.
Gestos ternos, precisos.
Lambidela sábia.
Cada gatinho desenrolado da capinha ténue,
Um quase nada que os torna vivos.
A minha bolsa rasgou-se.
Água transparente e muco
(ou seria baça, nem recordo)
A bolsa de águas solta,
Sem mimo e sem segredo,
Instantes antes que viesses ao mundo.
Maria de Fátima Imagem retirada do Google
2 comentários:
O nascimento, aquele que não pedimos para nós...beijos, bom fim de semana, Isabel.
Este poema fez-me pensar muito. No reino animal mal nascem as crias, lutam para se erguerem, procurar o calor da mãe e mamar enquanto a mãe lambe para a incentivar.
Nós, animais também...temos um parto doloroso e mal nascemos dependemos de tudo e de todos, quando as nossas capacidades superam as dos outros animais.
Que esquisito!
Adorei o poema!
Beijos e uma boa tarde
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