quinta-feira, maio 14, 2009

A arte de ser amada



Eu sou líquida mas recolhida
no íntimo estanho de uma jarra
e em tua boca um clavicórdio
quer recordar-me que sou ária

aérea vária porém sentada
perfil que os flamingos voaram.
Pelos canteiros eu conto os gerânios
de uns tantos anos que nos separam.

Teu amor de planta submarina
procura um húmido lugar.
Sabiamente preencho a piscina
que te dê o hábito de afogar.

Do que não viste a minha idade
te inquieta como a ciência
do mundo ser muito velho
três vezes por mim rodeado
sem saber da tua existência.

Pensas-me a ilha e me sitias
de violinos por todos os lados
e em tua pele o que eu respiro
é um ar de frutos sossegados.

Natália Correia

Imagem retirada do Google

5 comentários:

Fatyly disse...

A força de Natália Correia é inconfundível. Gostei muito!

Beijocas e um Bom Dia

Paula Raposo disse...

Sensualidade presente. Beijos.

Politikus disse...

No pouquissimo tempo que tenho, por vezes passo por aqui para te ler... hoje apeteceu-me deixar-te um abraço.

peciscas disse...

E a Natália cultivou como ninguèm essa arte.

Su disse...

ops não resisto...ok ripo só uns versos:)))))))))


jocas maradas