domingo, maio 17, 2015

O Beijo



Congresso de gaivotas neste céu 
Como uma tampa azul cobrindo o Tejo. 
Querela de aves, pios, escarcéu. 
Ainda palpitante voa um beijo. 

Donde teria vindo! (Não é meu...) 
De algum quarto perdido no desejo? 
De algum jovem amor que recebeu 
Mandado de captura ou de despejo? 

É uma ave estranha: colorida, 
Vai batendo como a própria vida, 
Um coração vermelho pelo ar. 

E é a força sem fim de duas bocas, 
De duas bocas que se juntam, loucas! 
De inveja as gaivotas a gritar... 


Alexandre O'Neill

Imagem retirada do Google

2 comentários:

Anónimo disse...

Aves só a águia gloriosa! Somos bicampeões, amiga! :)

Beijinhos e boa semana.

Fatyly disse...

Uma poema tão sonante...uma pérola das várias que este poeta tem.

Beijocas e uma boa semana