quinta-feira, dezembro 31, 2015
Abba - Happy New Year
Se quiserem dançar têm esta versão:)
Um bom ano para todos!
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terça-feira, dezembro 29, 2015
Cliff and The Shadows - The Young Ones (From "The Final Reunion" DVD)
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domingo, dezembro 27, 2015
sexta-feira, dezembro 25, 2015
Michael Buble ft Thalia - Mis Deseos / Feliz Navidad (NBC - A Michael Bublé Christmas)
Feliz Natal!
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quarta-feira, dezembro 23, 2015
segunda-feira, dezembro 21, 2015
LABRINTH - Jealous | T in the Park 2015 BBC Three BBC Three
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sábado, dezembro 19, 2015
quinta-feira, dezembro 17, 2015
terça-feira, dezembro 15, 2015
domingo, dezembro 13, 2015
sexta-feira, dezembro 11, 2015
quarta-feira, dezembro 09, 2015
segunda-feira, dezembro 07, 2015
sábado, dezembro 05, 2015
Mariza - Melhor de Mim
Uma música que é uma terapia:)
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Hoje a semente que torna na terra
E que se esconde no escuro que encerra
Amanha nascerá uma flor.
Ainda que a esperança da luz seja escassa
A chuva que molha e passa
Vai trazer numa luta amor.
Também eu estou à espera da luz
Deixou-me aqui onde a sombra seduz.
Também eu estou à espera de mim
Algo me diz que a tormenta passará.
REFRÃO:
É preciso perder para depois se ganhar
E mesmo sem ver, acreditar.
É a vida que segue e não espera pela gente
Cada passo que demos em frente
Caminhando sem medo de errar.
Creio que a noite sempre se tornará dia
E o brilho que o sol irradia
Há-de sempre me iluminar.
Quebro as algemas neste meu lamento,
Se renasço a cada momento,
Meu destino na vida é maior.
Também eu vou em busca da luz
Saio daqui onde a sombra seduz.
Também eu estou à espera de mim
Algo me diz que a tormenta passará.
REFRÃO:
É preciso perder para depois se ganhar
E mesmo sem ver, acreditar.
É a vida que segue e não espera pela gente
Cada passo que demos em frente
Caminhando sem medo de errar.
Creio que a noite sempre se tornará dia
E o brilho que o sol irradia
Há-de sempre me iluminar.
Sei que o melhor de mim está pr'a chegar!
Sei que o melhor de mim está por chegar.
Sei que o melhor de mim está pr'a chegar
quinta-feira, dezembro 03, 2015
quarta-feira, dezembro 02, 2015
Porque hoje faço anos:)
Happy Birthday Song | Happy Birthday To You | Birthday Song for Kids
e
Mariah Carey- Happy Birthday to you
e oferecido pela Fatyly:
Alvin e os Esquilos - Chipmunks - Parabéns pra você - Feliz Aniversário
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terça-feira, dezembro 01, 2015
domingo, novembro 29, 2015
Procol Harum - A Whiter Shade of Pale, live in Denmark 2006
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sexta-feira, novembro 27, 2015
quarta-feira, novembro 25, 2015
segunda-feira, novembro 23, 2015
JOSS STONE LIVE - A NATURAL WOMAN - ARETHA FRANKLIN TRIBUTE
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sábado, novembro 21, 2015
quinta-feira, novembro 19, 2015
terça-feira, novembro 17, 2015
domingo, novembro 15, 2015
sexta-feira, novembro 13, 2015
quarta-feira, novembro 11, 2015
segunda-feira, novembro 09, 2015
sábado, novembro 07, 2015
quinta-feira, novembro 05, 2015
terça-feira, novembro 03, 2015
domingo, novembro 01, 2015
sexta-feira, outubro 30, 2015
Liam Gallagher & Beady Eye Reveal Manchester City Home 2011/
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quarta-feira, outubro 28, 2015
segunda-feira, outubro 26, 2015
sábado, outubro 24, 2015
quinta-feira, outubro 22, 2015
Ala dos Namorados com os Shout! - Caçador de Sóis/ Parabéns ao blog
Este blog faz hoje 11 anos.
É de poesia, música, o que quer que seja me apeteça:)
Um grande obrigada aos que me comentam sempre e tenho de os nomear. (Vai por ordem alfabética): FireHead, Fatyly e Observador.
Esta música é para eles:)
terça-feira, outubro 20, 2015
domingo, outubro 18, 2015
sexta-feira, outubro 16, 2015
quarta-feira, outubro 14, 2015
segunda-feira, outubro 12, 2015
sábado, outubro 10, 2015
quinta-feira, outubro 08, 2015
terça-feira, outubro 06, 2015
domingo, outubro 04, 2015
sexta-feira, outubro 02, 2015
quarta-feira, setembro 30, 2015
segunda-feira, setembro 28, 2015
sábado, setembro 26, 2015
quinta-feira, setembro 24, 2015
terça-feira, setembro 22, 2015
domingo, setembro 20, 2015
sexta-feira, setembro 18, 2015
quarta-feira, setembro 16, 2015
segunda-feira, setembro 14, 2015
sábado, setembro 12, 2015
quinta-feira, setembro 10, 2015
terça-feira, setembro 08, 2015
domingo, setembro 06, 2015
sexta-feira, setembro 04, 2015
quarta-feira, setembro 02, 2015
segunda-feira, agosto 31, 2015
sábado, agosto 29, 2015
quinta-feira, agosto 27, 2015
terça-feira, agosto 25, 2015
Rolling Stones You Can't Always Get What You Want Glastonbury 2013
A minha música preferida destes dinossauros :)
domingo, agosto 23, 2015
sexta-feira, agosto 21, 2015
Índia
Filmagem em 4K, uma nova técnica utilizada na televisão a três dimensões.
https://www.youtube.com/embed/ o_24LPjOIHI
https://www.youtube.com/embed/
quarta-feira, agosto 19, 2015
segunda-feira, agosto 17, 2015
sábado, agosto 15, 2015
quinta-feira, agosto 13, 2015
terça-feira, agosto 11, 2015
domingo, agosto 09, 2015
sexta-feira, agosto 07, 2015
quarta-feira, agosto 05, 2015
segunda-feira, agosto 03, 2015
sábado, agosto 01, 2015
quinta-feira, julho 30, 2015
terça-feira, julho 28, 2015
domingo, julho 26, 2015
sábado, julho 25, 2015
"Poema"?
Existe um programa ao sábado de manhã na SIC que se chama “Alta
Definição”. É conduzido por Daniel Oliveira e onde os entrevistados se “despem”
da maquilhagem, de tudo e são eles próprios.
Esta introdução porquê?
Não sou uma pessoa que escreva, aliás nem gosto, mas no princípio
deste mês com um pouco de depressão, apeteceu-me escrever o que sentia e deixar
sair, foi tudo de seguida.
Atenção, chamei a isto “Poema”, mas não tem rima, não tem
ritmo, nada adequado a um poema:)
Partilho só porque pode haver pessoas como eu que precisem
saber exprimir o que está escrito e que não conseguem. Eu só consegui agora.
E pode haver familiares que entendam algum do comportamento
de alguém que seja depressivo, mas que esteja sob controle.
Poema
Não sou poeta
Aliás nunca quis ser poeta.
Como poderia sê-lo se tenho duas mãos esquerdas?
E isso é o oposto de ser artista
E o poeta é um artista, tem de sê-lo.
Um livre-pensador, com ou sem rimas
Escreve uma história com princípio meio e fim.
Se eu fosse poeta
Podia escrever sobre muita coisa
Mas não sou.
Assim fico-me pelos pensamentos
Que voam a 200km à hora
Mais depressa do que escrevo,
E isso não acontecia se fosse poeta.
Mas não sou poeta
Nunca vou ser poeta
Limito-me a sentir a poesia
De quem é poeta.
E sinto uma inveja terrível
De quem é poeta
E escreve no papel
Muita coisa que se passa na minha cabeça
E eu não consigo escrever.
Afinal não sou poeta,
Que fazer?
Continuar com duas mãos esquerdas
E continuar a viver.
Se eu fosse poeta
Podia escrever as minhas depressões
As minhas tristezas,
Coisas que me fazem chorar,
Coisas que disfarço,
Coisas que nem a mim conto.
Mas não sou poeta.
Se eu fosse poeta,
Talvez não tivesse duas mãos esquerdas,
Não seria se calhar
Depressiva, triste, chata, intragável,
Ao ponto de nem me aturar
E de afastar os outros.
Só que não sou poeta
E sou depressiva, chata, intragável
Já nem sei onde deixei o meu outro eu
Que não era poeta
Só se metia em confusões
Mas vivia a vida.
Mais valia ser poeta
Ser artista
Não ter duas mãos esquerdas
E saber onde é que o tempo me apanhou
Quando deixei de viver o tempo
E quando ele passou por mim
Sem eu dar por isso.
Mas eu não sou poeta
e tenho duas mãos esquerdas.
Isabel Cruz aka Wind - Julho 2015
Aqui fica uma foto minha sem Máscaras:)
sexta-feira, julho 24, 2015
Lady Gaga - Imagine (Live at Baku 2015 European Games Opening Ceremony)
Sou fã dela e aqui se prova que sabe cantar!
quarta-feira, julho 22, 2015
segunda-feira, julho 20, 2015
sábado, julho 18, 2015
quinta-feira, julho 16, 2015
The Waterboys - The Whole Of The Moon (Glastonbury 2015)
PS:Um dos meus grupos preferidos na altura:)
terça-feira, julho 14, 2015
domingo, julho 12, 2015
sexta-feira, julho 10, 2015
quarta-feira, julho 08, 2015
segunda-feira, julho 06, 2015
sábado, julho 04, 2015
Murmúrios do mar
Paga-me um café
e
conto-te a minha
vida" o inverno avançava
nessa tarde em que te
ouvi assaltado por dores
o céu quebrava-se aos
disparos de uma criança
muito assustada que
corria o vento batia-lhe no
rosto com violência a
infância inteira disso me
lembro outra noite
cortaste o sono da casa
com frio e medo
apagavas cigarros nas palmas das
mãos e os que te viam
choravam mas tu
,não,nunca choraste
por amores que se perdem os
naufrágios são belos
sentimo-nos tão vivos entre as
ilhas ,acreditas? E
temos saudades desse mar
que derruba primeiro
no nosso corpo tudo o que
seremos depois
"pago-te um café se me contares
o teu amor".
José Tolentino Mendonça
Imagem retirada do Google
quinta-feira, julho 02, 2015
A Solidão
A noite abre os seus ângulos de lua
E em todas as paredes te procuro
A noite ergue as suas esquinas azuis
E em todas as esquinas te procuro
A noite abre as suas praças solitárias
E em todas as solidões eu te procuro
Ao longo do rio a noite acende as suas luzes
Roxas verdes azuis.
Eu te procuro.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Imagem retirada do Google
terça-feira, junho 30, 2015
domingo, junho 28, 2015
sexta-feira, junho 26, 2015
quarta-feira, junho 24, 2015
Lisbon revisited (1923)
Não: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-a!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?
Não me macem, por amor de Deus!
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer cousa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?
Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!
O céu azul — o mesmo da minha infância! —,
Eterna verdade vazia e perfeita!
O macio Tejo ancestral e mudo.
Pequena verdade onde o céu se reflecte!
O mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!
Álvaro de Campos
Imagem retirada do Google
segunda-feira, junho 22, 2015
Poesia Sufi
Oh, dia, levanta! Os átomos dançam,
As almas, loucas de êxtase dançam.
A abóbada celeste, por causa deste Ser, dança,
Ao ouvido te direi aonde a leva sua dança.
Jalaluddin Rumi
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sábado, junho 20, 2015
Comunhão
Comungam com a terra
as gotas que, lentas, tombam dos beirais
os frágeis regatos, renascidos na serra,
as folhas outonais...
Manuel Filipe
Imagem retirada do Google
quinta-feira, junho 18, 2015
terça-feira, junho 16, 2015
Poesia
Se todo o ser ao vento abandonamos
E sem medo nem dó nos destruímos,
Se morremos em tudo o que sentimos
E podemos cantar, é porque estamos
Nus em sangue, embalando a própria dor
Em frente às madrugadas do amor.
Quando a manhã brilhar refloriremos
E a alma possuirá esse esplendor
Prometido nas formas que perdemos.
Aqui, deposta enfim a minha imagem,
Tudo o que é jogo e tudo o que é passagem.
No interior das coisas canto nua.
Aqui livre sou eu — eco da lua
E dos jardins, os gestos recebidos
E o tumulto dos gestos pressentidos
Aqui sou eu em tudo quanto amei.
Não pelo meu ser que só atravessei,
Não pelo meu rumor que só perdi,
Não pelos incertos atos que vivi,
Mas por tudo de quanto ressoei
E em cujo amor de amor me eternizei.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Imagem retirada do Google
domingo, junho 14, 2015
Desde a aurora
Para levar à boca,
eis as mãos:
procuram-te desde o chão,
entre os veios do sono
e da memória procuram-te:
à vertigem do ar
abrem as portas:
vai entrar o vento ou o violento
aroma de uma candeia,
e subitamente a ferida
recomeça a sangrar:
é tempo de colher: a noite
iluminou-se bago a bago:vais surgir
para beber de um trago
como um grito contra o muro.
Sou eu,desde a aurora,
eu-a terra-que te procuro.
de Obscuro Domínio.
Eugénio de Andrade
Foto retirada do Google
sexta-feira, junho 12, 2015
Sabíamos do mar sem o sabermos
Sabíamos do mar sem o sabermos,
do mar dos mapas, da cor azul do mar,
dos naufrágios no mar,
do sol solto no mar.
Sabíamos do mar sem o sentirmos
nos poros dilatados pelo mar,
o verdejante mar escalando as montanhas
tão bruscas como o sal.
Sabíamos do mar em sinuosos sinos
assinalando a noite
com corações arrepiados,
abertos como mãos
sulcadas de cabelos e molhadas
de rugas e escamas.
Sabíamos do mar em signos, símbolos,
tropos e metáforas.
Sabíamos do mar?
Sabíamos o mar.
Sabíamos a mar
António Rebordão Navarro
Imagem retirada do Google
quarta-feira, junho 10, 2015
Labirinto ou não foi nada
Talvez houvesse uma flor
aberta na tua mão.
Podia ter sido amor,
e foi apenas traição.
É tão negro o labirinto
que vai dar à tua rua. . .
Ai de mim, que nem pressinto
a cor dos ombros da Lua!
Talvez houvesse a passagem
de uma estrela no teu rosto.
Era quase uma viagem:
foi apenas um desgosto.
É tão negro o labirinto
que vai dar à tua rua...
Só o fantasma do instinto
na cinza do céu flutua.
Tens agora a mão fechada;
no rosto, nenhum fulgor.
Não foi nada, não foi nada:
podia ter sido amor.
David Mourão-Ferreira
Imagem retirada do Google
segunda-feira, junho 08, 2015
Razão de ser
Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
Paulo Leminski
Imagem retirada do Google
sábado, junho 06, 2015
Tolon
Um mar horizontal corta os espelhos
E um sol de sal cintila sobre a mesa
Habitamos o ar livre rente ao dia
Rente ao fruto rente ao vinho rente às águas
E sob o peso leve da folhagem
Sophia de Mello Breyner Andresen
Imagem retirada do Google
quinta-feira, junho 04, 2015
terça-feira, junho 02, 2015
domingo, maio 31, 2015
O Amor, Meu Amor
Nosso amor é impuro
como impura é a luz e a água
e tudo quanto nasce
e vive além do tempo.
Minhas pernas são água,
as tuas são luz
e dão a volta ao universo
quando se enlaçam
até se tornarem deserto e escuro.
E eu sofro de te abraçar
depois de te abraçar para não sofrer.
E toco-te
para deixares de ter corpo
e o meu corpo nasce
quando se extingue no teu.
E respiro em ti
para me sufocar
e espreito em tua claridade
para me cegar,
meu Sol vertido em Lua,
minha noite alvorecida.
Tu me bebes
e eu me converto na tua sede.
Meus lábios mordem,
meus dentes beijam,
minha pele te veste
e ficas ainda mais despida.
Pudesse eu ser tu
E em tua saudade ser a minha própria espera.
Mas eu deito-me em teu leito
Quando apenas queria dormir em ti.
E sonho-te
Quando ansiava ser um sonho teu.
E levito, voo de semente,
para em mim mesmo te plantar
menos que flor: simples perfume,
lembrança de pétala sem chão onde tombar.
Teus olhos inundando os meus
e a minha vida, já sem leito,
vai galgando margens
até tudo ser mar.
Esse mar que só há depois do mar.
Mia Couto
Imagem retirada do Google
sexta-feira, maio 29, 2015
quarta-feira, maio 27, 2015
Poema do coração
Eu queria que o Amor estivesse realmente no coração,
e também a Bondade,
e a Sinceridade,
e tudo, e tudo o mais, tudo estivesse realmente no coração
e também a Bondade,
e a Sinceridade,
e tudo, e tudo o mais, tudo estivesse realmente no coração
Então poderia dizer-vos:
"Meus amados irmãos,
falo-vos do coração",
ou então:
"com o coração nas mãos".
"Meus amados irmãos,
falo-vos do coração",
ou então:
"com o coração nas mãos".
Mas o meu coração é como o dos compêndios
Tem duas válvulas ( a tricúspide e a mitral)
e os seus compartimentos (duas aurículas e dois ventrículos).
O sangue a circular contrai-os e distende-os
segundo a obrigação das leis dos movimentos.
Tem duas válvulas ( a tricúspide e a mitral)
e os seus compartimentos (duas aurículas e dois ventrículos).
O sangue a circular contrai-os e distende-os
segundo a obrigação das leis dos movimentos.
Por vezes acontece
ver-se um homem, sem querer, com os lábios apertados
e uma lâmina baça e agreste, que endurece
a luz nos olhos em bisel cortados.
Parece então que o coração estremece.
Mas não.
Sabe-se, e muito bem, com fundamento prático,
que esse vento que sopra e ateia os incêndios,
é coisa do simpático.
Vem tudo nos compêndios.
ver-se um homem, sem querer, com os lábios apertados
e uma lâmina baça e agreste, que endurece
a luz nos olhos em bisel cortados.
Parece então que o coração estremece.
Mas não.
Sabe-se, e muito bem, com fundamento prático,
que esse vento que sopra e ateia os incêndios,
é coisa do simpático.
Vem tudo nos compêndios.
Então meninos!
Vamos à lição!
Em quantas partes se divide o coração?
Vamos à lição!
Em quantas partes se divide o coração?
António Gedeão
Imagem retirada do Google
segunda-feira, maio 25, 2015
sábado, maio 23, 2015
quinta-feira, maio 21, 2015
A única crítica é a gargalhada
A única crítica é a gargalhada! Nós bem o sabemos: a gargalhada nem é um raciocínio, nem um sentimento; não cria nada, destrói tudo, não responde por coisa alguma. E no entanto é o único comentário do mundo político em Portugal. Um Governo decreta? gargalhada. Reprime? gargalhada. Cai? gargalhada. E sempre esta política, liberal ou opressiva, terá em redor dela, sobre ela, envolvendo-a como a palpitação de asas de uma ave monstruosa, sempre, perpetuamente, vibrante, e cruel – a gargalhada! Política querida, sê o que quiseres, toma todas as atitudes, pensa, ensina, discute, oprime – nós riremos. A tua atmosfera é de chalaça.
Eça de Queirós
Imagem retirada do Google
terça-feira, maio 19, 2015
domingo, maio 17, 2015
O Beijo
Congresso de gaivotas neste céu
Como uma tampa azul cobrindo o Tejo.
Querela de aves, pios, escarcéu.
Ainda palpitante voa um beijo.
Donde teria vindo! (Não é meu...)
De algum quarto perdido no desejo?
De algum jovem amor que recebeu
Mandado de captura ou de despejo?
É uma ave estranha: colorida,
Vai batendo como a própria vida,
Um coração vermelho pelo ar.
E é a força sem fim de duas bocas,
De duas bocas que se juntam, loucas!
De inveja as gaivotas a gritar...
Alexandre O'Neill
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