domingo, junho 22, 2014

Corpo de aroma



Se foste corola ou barco,
mas quando?
minha irmã,
minha leve amante, minha árvore,
que o mundo levantava
na inocência absoluta
do instante.
Alta estavas no amplo e recolhida
como uma lâmpada,
alta estavas na varanda branca.
Se acaso ainda podes ser aroma
dos meus olhos,
corpo no corpo,
retiro e substância, linha alta
da delícia,
nada te pedirei na minha ânsia
de puro espaço,
de azul imediato,
de luz para o olvido e o deserto.

António Ramos Rosa

Imagem retirada do Google

2 comentários:

Anónimo disse...

Mas é irmã, leve amante, sua árvore? O homem com um apelido que é o nome duma flor é confuso. :)

Nilson Barcelli disse...

Uma bela escolha poética.
Tem uma boa semana, querida amiga.
Beijo.