Se foste corola ou barco,
mas quando?
minha irmã,
minha leve amante, minha árvore,
que o mundo levantava
na inocência absoluta
do instante.
Alta estavas no amplo e recolhida
como uma lâmpada,
alta estavas na varanda branca.
Se acaso ainda podes ser aroma
dos meus olhos,
corpo no corpo,
retiro e substância, linha alta
da delícia,
nada te pedirei na minha ânsia
de puro espaço,
de azul imediato,
de luz para o olvido e o deserto.
António Ramos Rosa
Imagem retirada do Google
2 comentários:
Mas é irmã, leve amante, sua árvore? O homem com um apelido que é o nome duma flor é confuso. :)
Uma bela escolha poética.
Tem uma boa semana, querida amiga.
Beijo.
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