sexta-feira, janeiro 17, 2014

Nos olhos de Isa a chuva grita e a noite



Nos olhos de Isa a chuva grita e a noite
          Acende fogueiras.

          Os  meus olhos param. Nos olhos de Isa.

Oh, nos olhos de Isa espreguiça-se a madrugada
E o vento acorda para ajudar os pássaros a voar
E as árvores a acenar-lhes uma bandeira de folhas, uma tristeza verde.

Nos olhos de Isa.

Nos olhos de Isa a manhã explode num inferno de estrelas,
Num clarão de silêncio, em estilhaços de rosas, pétalas de sombra.

Nos olhos de Isa os poetas vagueiam num bosque de mel
Onde as abelhas constroem a tarde
Desesperadamente.
Nos olhos de Isa ninguém repara na minha solidão.

         Joaquim Pessoa

         Imagem retirada do Google 

3 comentários:

Anónimo disse...

O multi-facetado Joaquim Pessoa (poeta, artista plástico, publicitário e estudioso de arte pré-histórica) escreve bem.

Bjs

Fatyly disse...

Este poema sempre me suscitou o seguinte:

quem é a Isa? e ou
o que será Isa?

areia demais para a minha camioneta:)

Aquele abraço amigo***

wind disse...

Possivelmente alguém que ele gostou.