quinta-feira, outubro 31, 2013

Teu rosto de desastres e tormentas



Teu rosto de desastres e tormentas
e risos lágrimas e sol e vento
teu rosto de marés e vagas lentas
em que o prazer é quase sofrimento

e o sofrimento é como rosa roxa
florindo devagar em tua boca
se a minha mão te chicoteia a coxa
e no teu corpo há uma égua louca.

Começam então as tuas doces queixas
e vais para um país onde desmaias
quando o sol no teu rosto acende flechas.

E eu temo que te percas e não saias
do abismo em que te abres e te fechas
de cada vez que te levanto as saias.
Manuel Alegre
Imagem retirada do Google

4 comentários:

Anónimo disse...

Eu devia apostar também em poemas com rima. :)

wind disse...

Não creio, gosto imenso de poemas que não rimam.

Anónimo disse...

Mas as que rimam puxam mais pela imaginação, logo é um desafio maior. :)

Fatyly disse...

Um poema fantástico e este homem deixou de escrever?É que nunca mais vi nada dele:(

Beijocas