Os lábios.
Distante, arrefecida chama.
Não só os lábios, também as estrelas
são distantes.
E os bosques. E as nascentes.
Também as nascentes são distantes.
As nascentes onde os lábios,
onde as estrelas bebem..
Só o deserto é próximo, só
o deserto.
Distante, arrefecida chama.
Não só os lábios, também as estrelas
são distantes.
E os bosques. E as nascentes.
Também as nascentes são distantes.
As nascentes onde os lábios,
onde as estrelas bebem..
Só o deserto é próximo, só
o deserto.
Eugénio de Andrade
Imagem retirada do Google
6 comentários:
O Eugénio de Andrade escrevia como ninguém. Na verdade, e falo por mim, penso que é mais fácil ser poeta numa língua como a portuguesa, que é muito rica, não apenas de vocabulário como também de sentido. :)
Um bom pedaço de escrita em meia dúzia de linhas.
Beijos
Um Eugénio, poeta de eleição, no seu melhor....
Beijinho
Belos versos, que merecem reflexão. Deixo aqui meu convite para que visites meu post A BUSCA DO NIRVANA. Meu abraço.
Genial...como sempre!
Beijocas
Só o deserto é próximo...
Quanta profundidade.
Isabel, querida amiga, desejo-te um bom fim de semana.
Beijos.
Enviar um comentário