sábado, junho 15, 2013
As Coisas
A bengala, as moedas, o chaveiro,
A dócil fechadura, as tardias
Notas que não lerão os poucos dias
Que me restam, os naipes e o tabuleiro.
Um livro e em suas páginas a seca
Violeta, monumento de uma tarde
Sem dúvida inesquecível e já esquecida,
O rubro espelho ocidental em que arde
Uma ilusória aurora. Quantas coisas,
Limas, umbrais, atlas, taças, cravos,
Nos servem como tácitos escravos,
Cegas e estranhamente sigilosas!
Durarão para além de nosso esquecimento;
Nunca saberão que nos fomos num momento.
Jorge Luís Borges
Imagem retirada do Google
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3 comentários:
Que estranho!
Não consigo dizer nada sobre este texto.
:(
Bj
É como o título diz, coisas são só coisas:)
Recordações que nos aquecem a alma enquanto "não formos"...mas depois tudo fica e quem vier "limpar" não ligará nenhuma e lá se vão "as coisas".
Gostei e não conhecia!
Beijocas
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