Meia-luz
Rua de luz baça.
Só borboletas da noite,
o gato que passa...
Um cego na viela,
com o futuro feito cão
na ponta da trela.
Tremo, fujo de lado,
mas a sombra que se alonga
é de um telhado.
O velho mocho pia.
Que outras pupilas abraçaram
tantas estrelas?
Manuel Filipe, in "À Beira de Cesário", pág. 58
Imagem retirada do Google
3 comentários:
Bonito, sem dúvida.
Diz-me uma coisa: trata-se de uma pintura, certo?
Muito bem feita.
Bj
Não sei se é pintura, parece-me mais uma foto com muito trabalho por cima.
Excelente poema e uma foto com uma força brutal.
Beijocas
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