Dedo apontado
Aponto o dedo para a lua,
e a luz branca escorre, lenta,
pelo escuro.
No Tejo uma falua,
desgarrada,
que, condenada
foge do próprio futuro.
Nem uma nuvem tolda o meu presente,
que desliza, inconsciente,
para o nada.
O silêncio é a verdade nua e crua.
Algures, morre o passado,
e eu estou ausente,
com o dedo apontado para a lua.
Manuel Filipe, in"À Beira de Cesário", pág.62
Imagem retirada do Google
3 comentários:
É bonito, o texto.
Só que apontar o dedo á lua, em fase de 'quarto minguante', não convém.
Beijo
Manuel Filipe fez uma obra e pêras:) Excelente!
Beijocas
Um dedo bem apontado.
Isto é, um magnífico poema.
Um beijo, querida amiga.
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