Nuno JúdiceDe esperas construímos o amor intenso e súbitoque encheu as tuas mãos de sol e a tua boca de beijos.Em estranhos desencontros nos amamos.Havia o rio mas sempre ficávamos na margem.Eu tocava o teu peito e os teus olhos e, nas minhas mãos,a tarde projectava as suas grandes sombrasenquanto as gaivotas disputavam sobre a águatalvez um peixe inquieto, algo que nunca pudemos ver.As nossas bocas procuravam-se sempre, ávidas e maciasE por muito tempo permaneciam assim, unidas,Machucando-se, torturando as nossas línguas quase enlouquecidas.Depois olhávamo-nos nos olhosNo mais profundo silêncio. E, sem palavras,Partíamos com as mãos docemente amarradas e os corações estoirando uma alegria breveQuando a noite descia apaixonadaComo o longo beijo da nossas despedida.
Imagem retirada do Google
6 comentários:
5 *****
Bj
tu descobres autênticas pérolas...que maravilha e a foto é genial.
Beijocas e agora vou dormir:)
Um dos bons poemas do Nuno Júdice.
Gostei de o reler, pois já o conhecia.
Isabel, minha querida amiga, tem um bom resto de domingo e uma boa semana.
Beijos.
Gostei da parte em que se toca no peito... hoje em dia, devido aos brasileiros, já se diz no plural, ou seja, nos peitos. :)
Dizem mesmo mal, é singular:)
Brasileirices, amiga. :)
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