domingo, março 03, 2013

A brusca poesia da mulher amada



Longe dos pescadores os rios infindáveis vão morrendo de sede lentamente... 
Eles foram vistos caminhando de noite para o amor - oh, a mulher amada é como a fonte! 
A mulher amada é como o pensamento do filósofo sofrendo 
A mulher amada é como o lago dormindo no cerro perdido 
Mas quem é essa misteriosa que é como um círio crepitando no peito? 
Essa que tem olhos, lábios e dedos dentro da forma inexistente? 

Pelo trigo a nascer nas campinas de sol a terra amorosa elevou a face pálida dos lírios 
E os lavradores foram se mudando em príncipes de mãos finas e rostos transfigurados... 

Oh, a mulher amada é como a onda sozinha correndo distante das praias 
Pousada no fundo estará a estrela, e mais além.


Vinícius de Moraes

Imagem retirada do Google

4 comentários:

Anónimo disse...

Enorme Vinícius !!!

Bj

Fatyly disse...

Achei um bocado enfadonho o que não é normal quando leio Vinícius!

Beijocas

Nilson Barcelli disse...

Grande poeta,
Gostei da tua escolha.
Isabel, minha querida amiga, tem um bom resto de domingo e uma boa semana.
Beijo.

Anónimo disse...

Muito bom. É bom saber que há homens verdadeiros como antigamente que sabem dar o real valor às mulheres. :)