sábado, junho 09, 2012
Nascimento último
Como se não tivesse substância e de membros apagados.
Desejaria enrolar-me numa folha e dormir na sombra.
E germinar no sono,germinar na árvore.
Tudo acabaria na noite,lentamente,sob uma chuva densa.
Tudo acabaria pelo mais alto desejo num sorriso de nada.
No encontro e no abandono,na última nudez,
respiraria ao ritmo do vento,na relação mais viva.
Seria de novo o gérmen que fui,o rosto indivisível.
E ébrias as palavras diriam o vinho e a argila
e o repouso do ser no ser,os seus obscuros terraços.
Entre rumores e rios a morte perder-se-ia.
António Ramos Rosa
Imagem retirada do Google
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2 comentários:
Magnífica escolha poética, como sempre.
Isabel, querida amiga, tem um bom fim de semana.
Beijo.
Um pouco pesado e eu não desejaria nada disso. Sinceramente e pela primeira vez não gostei deste poema de Rosa, que desconhecia por completo.
Mas gosto muito de tuuuuu:)
Beijos garota
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