Se puderes ainda
ouve-me, rio de cristal, ave
matutina. ouve-me,
luminoso fio tecido pela neve,
esquivo e sempre adiado
aceno do paraíso.
Ouve-me, se puderes ainda,
Devastador desejo,
fulvo animal de alegria.
Se não és alucinação
ou miragem ou quimera, ouve-me
ainda: vem agora
e não na hora da nossa morte
- dá-me a beber a própria sede.
Eugénio de Andrade
Imagem retirada do Google
2 comentários:
Mais uma grande mensagem poética!!!! Adorei!
Beijos e um bom dia
Nada melhor que um simples "gostei"!
Bj
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