quarta-feira, maio 30, 2012
Cala-te
Cala-te, voz que duvida
e me adormece
a dizer-me que a vida
nunca vale o sonho que se esquece.
Cala-te, voz que assevera
e insinua
que a primavera
a pintar-se de lua
nos telhados,
só é bela
quando se inventa
de olhos fechados
nas noites de chuva e de tormenta.
Cala-te, sedução
desta voz que me diz
que as flores são imaginação
sem raiz.
Cala-te, voz maldita
que me grita
que o sol, a luz e o vento
são apenas o meu pensamento
enlouquecido….
(E sem a minha sombra
o chão tem lá sentido!)
Mas canta tu, voz desesperada
que me excede.
E ilumina o Nada
Com a minha sede.
José Gomes Ferreira
Imagem retirada do Google
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2 comentários:
Wow!!!
Espectáculo em forma de escrita.
Bj
Gostei muito e até imprimi para dar à minha mãe:)
Beijos e lá vou para as letras de verificação que não atino e por vezes desisto...:(
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