quarta-feira, fevereiro 29, 2012

O búzio de Cós



Este búzio não o encontrei eu própria numa praia
Mas na mediterrânica noite azul e preta
Comprei-o em Cós numa venda junto ao cais
Rente aos mastros baloiçantes dos navios
E comigo trouxe ressoar dos temporais


Porém nele não oiço
Nem o marulho de Cós nem o de Egina
Mas sim o cântico da longa vasta praia
Atlântica e sagrada
Onde para sempre a minha alma foi criada

Sophia de Mello Breyner Andresen

Imagem retirada do Google

1 comentário:

Fatyly disse...

Havia tantos búzios desses na minha terra.
Um poema terno de quem se identificava com o mar e realmente nunca consegui perceber como é possível ouvir o mar nos búzios, que maravilha:)

Beijocas e um bom serão