sexta-feira, fevereiro 17, 2012

De nenhum olhar I



Hoje o tempo não me enganou. Não se conhece uma aragem na tarde. O ar queima, como se fosse um bafo quente de lume, e não ar simples de respirar, como se a tarde não quisesse já morrer e começasse aqui a hora do calor. Não há nuvens, há riscos brancos, muito finos, desfados de nuvens. E o céu, daqui, parece fresco, parece a água limpa de um açude. Penso: talvez o céu seja um mar grande de água doce e talvez a gente não ande debaixo do céu mas sim em cima dele; talvez a gente veja as coisas ao contrário e a terra seja como um céu e quando a gente morre, quando a gente morre, talvez a gente caia e se afunde no céu

Jose Luis Peixoto

Foto:Eli

4 comentários:

Lalique disse...

ola from Turkey
bom dia
welcome too

http://laracroft3.skynetblogs.be

Fatyly disse...

Uma perspectiva que nunca tinha pensado...e como gosto deste escritor!

Beijocas

Anónimo disse...

Boa escrita e um pôr-do-sol explêndido.

Bj

mfc disse...

Que foto...!