domingo, janeiro 08, 2012

Não procuro um amor entre os cardos



Não procuro um amor entre os cardos,
se é entre os cardos que me vês, procura
pensar que um amor não se perde por ali
nem por ali se deve encontrar. se estou
entre os cardos, meu amor, é para te esquecer
e se me vires, pensa que é por ti, absolutamente por ti
que procuro apenas dores, apenas fardos,
para lentamente matar o meu coração. e
se me vires cair, se entretanto me vires no chão,
não me apanhes, não me ajudes, pensa que
já ninguém passeia nos cardos e que o
amor, para castigo dos que morrem, recomeça
num outro lugar, seguramente à tua espera.
depois sorri mesmo que te seja difícil, se por
mais difícil que seja para mim ver-te sorrir
é entre os cardos que devo partir, quando
fugazmente te souber passando, tão parecida
com ires buscar a felicidade sem mim e eu
só mais uns segundos, já meus anjos preparados.

Valter Hugo Mãe

Imagem retirada do Google

4 comentários:

Anónimo disse...

Excelente, Isabel.

Bj

Fatyly disse...

Imensamente belo e comovente!

Beijocas

mfc disse...

O amor encontra-se sempre entre os cardos!

Nilson Barcelli disse...

Acho que não há amor sem cardos...
Excelente poema, gostei.
Beijo.