Ergue-se aérea pedra a pedra
a casa que só tenho no poema.
A casa dorme, sonha no vento
a delícia súbita de ser mastro.
Como estremece um torso delicado,
assim a casa, assim um barco.
Uma gaivota passa e outra e outra,
a casa não resiste: também voa.
Ah, um dia a casa será bosque,
à sua sombra encontrarei a fonte
onde um rumor de água é só silêncio.
Eugénio de Andrade
Imagem retirada do Google
3 comentários:
A transformação do sonho que se quer realidade!
Lindíssimo...
Subscrevo as palavras do Mfc e acrescento que não podias ter escolhido melhor foto. Dois em um! Adorei!
Beijocas
Bom trabalho e bela imagem.
Bjs
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