quinta-feira, outubro 20, 2011
Sei de beijos mais nocturnos do que a terra
Sei de beijos mais nocturnos do que a terra
Animais submersos entre violentas árvores
vêm ao cimo das bocas convulsivos oleosos
Sei da grandeza fulgurante ondulada e eléctrica
das bocas ávidas e do sangue que vem do fundo
como um incêndio que floresce em lábios espumosos
Sei de uma estranha suavidade e de um pensativo ardor
que modula o beijo numa demora fascinada
Quem poderia dizer a glória fluida e ardentíssima
destes líquidos músculos que desembocam em estuários de espuma?
Sei de beijos como abelhas de sol e como uma agonia
de uma longa glória Conheço as matérias salgadas
e agridoces a argila a seiva o vinho
e o grés das axilas a lua negra do púbis
Conheço o sabor aceso e espesso do intacto
que imediato se entrega na violência silenciosa.
António Ramos Rosa
Imagem retirada do Google
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2 comentários:
Puxa vida...bem poderoso:)
Beijocas e uma boa tarde
Bom trabalho.
Bj
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