segunda-feira, outubro 03, 2011
A lucidez do amante que adormece...
A lucidez do amante que adormece
sobre o seio da amada é a respiração da palavra
que movendo-se se deita sobre o seu ténue leito
que é uma nuvem que avança e no ar se dissipa
Mas o seio da palavra é o seu horizonte
que está para além de uma montanha branca
de silêncio e vagarosa luz
e quando se abre é plumagem de uma ave
que não tem corpo e é o que não há
num cintilar de nulo sortilégio
em que a lucidez encontra o seio e o horizonte
que vibram com a côncava harmonia
de não serem mais que a ténue integridade
de uma matéria que se tornou ritmo e puro espaço
António Ramos Rosa
Imagem retirada do Google
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5 comentários:
Magnífico e a foto bem escolhida. Adorei!
Beijocas e uma boa tarde
Um amor elevado e terno!
"em que a lucidez encontra o seio e o horizonte..."
bonito poema, bonita foto...bonitas escolhas;)
Magnífico e não podias ter escolhido melhor foto!
Beijocas e um bom serão
Maravilhoso texto.
A foto é, se a memória visual não me falha, o cume da Ilha do Pico, Açores.
Bj
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