sábado, abril 25, 2015

A Rapariga do País de Abril



Habito o sol dentro de ti
descubro a terra aprendo o mar
rio acima rio abaixo vou remando
por esse Tejo aberto no teu corpo.

E sou metade camponês metade marinheiro
apascento meus sonhos iço as velas
sobre o teu corpo que de certo modo
é um país marítimo com árvores no meio.

Tu és meu vinho. Tu és meu pão.
Guitarra e fruta. Melodia.
A mesma melodia destas noites
enlouquecidas pela brisa no País de Abril.

E eu procurava-te nas pontes da tristeza
cantava adivinhando-te cantava
quando o País de Abril se vestia de ti
e eu perguntava atónito quem eras.

Por ti cheguei ao longe aqui tão perto
e vi um chão puro: algarves de ternura.
Quando vieste tudo ficou certo
e achei achando-te o País de Abril.

Manuel Alegre


Imagem retirada do Google

2 comentários:

Fatyly disse...

Gosto imenso deste poema e VIVA O 25 DE ABRIL DE 1974, SEMPRE E PARA SEMPRE!

Beijocas

Anónimo disse...

Manuel Alegre inspirado, como sempre.
Beijos