sexta-feira, março 07, 2014
Mar
Mar, metade da minha alma é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.
E se vou dizendo aos astros o meu mal
É porque também tu revoltado e teatral
Fazes soar a tua dor pelas alturas.
E se antes de tudo odeio e fujo
O que é impuro, profano e sujo,
É só porque as tuas ondas são puras.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Imagem retirada do Google
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5 comentários:
A liberdade de Sophia. Excelente!
Beijocas
O mar, esse oceano de imensidões ilimitadas.
Beijos
Há mar e mar, há ir e voltar, e há mais marés que marinheiros. :)
Assim não vale.
Sophia, Sophia e mais Sophia, é como que convidar a malta a dizer bem do que é efectivamente bom.
:)
Percebeste? Saiu meio confuso? Olha, fica assim.
Bjs
Excelente escolha, como sempre.
Isabel, feliz dia da mulher.
Tem um bom fim de semana.
Beijo.
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