quinta-feira, setembro 05, 2013

Quando

Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão-de bailar
As quatro estações à minha porta.

Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei,
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que eu amei.

Será o mesmo brilho a mesma festa,
Será o mesmo jardim à minha porta.
E os cabelos doirados da floresta,
Como se eu não estivesse morta.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Imagem retirada do Google

5 comentários:

Fatyly disse...

Que maravilha e tão sonante.

Beijocas e um bom dia...lá vou a caminho das netas:)

Anónimo disse...

Continuo a achar que o Miguel Sousa Tavares não tem nada a ver com ela.

Anónimo disse...

Ai meu Deus!!!

Ó Isabel, diz lá ao nosso amigo Fire... que não misture platina com cortiça.
Eu não lhe digo senão zanga-se :)

Grande Sophia!!!

Anónimo disse...

O MST é o monge copista. :)

wind disse...

Mas aqui não interessa nada, Firehead, aqui só me interessa a poesia de Sophia:)