domingo, agosto 04, 2013

Se todo o ser


Se todo o ser ao vento abandonamos
E sem medo nem dó nos destruímos,
Se morremos em tudo o que sentimos
E podemos cantar, é porque estamos
Nus, em sangue, embalando a própria dor
Em frente às madrugadas do amor.
Quando a manhã brilhar refloriremos
E a alma beberá esse esplendor
Prometido nas formas que perdemos.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Imagem retirada do Google

3 comentários:

Anónimo disse...

Sabes que gosto de tudo o que tenha a assinatura de Sophia.

Beijo

Anónimo disse...

A mãe do monge copista sabia escrever bem. :)

Fatyly disse...

Uma poetisa que deixou um legado genial e este poema diz-me tanto!

Beijocas