sexta-feira, agosto 31, 2012
Vê como o verão
Vê como o verão
subitamente se faz água
no teu peito,
e a noite se faz barco,
e minha mão marinheiro.
Eugénio de Andrade
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quinta-feira, agosto 30, 2012
V
Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.
Talvez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.
Pablo Neruda
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quarta-feira, agosto 29, 2012
terça-feira, agosto 28, 2012
Acabaram as atualizações
Por agora ficam assim, porque já estou vesga de tantos modelos e de personalizar tanta coisa:)
Atualizações
Como podem ver estou a atualizar os blogs.
Peço-vos paciência para também atualizar os links.
Obrigada
Peço-vos paciência para também atualizar os links.
Obrigada
segunda-feira, agosto 27, 2012
The Clash - Should I stay or should I go?!
Este grupo lançou esta música em 1982.
Mal a ouvi, adorei- não só a música como a letra.
Dancei-a muitas vezes e em várias ocasiões da minha vida, menos boas, sem me aperceber, dava por mim a cantar "Should I stay or should I go?!":)
É engraçado o que certas músicas nos fazem para a envolvermos com sentimentos, ou vice-versa:)
PS:desligar o som do blog no lado direito.
sábado, agosto 25, 2012
Haiku
Será mais bela a noite acesa?
sussurra a voz dela
prolongando o crepúsculo.
Etsujin
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quinta-feira, agosto 23, 2012
Outono
Largo silêncio amadurece o Outono.
o coração das folhas em letargo.
de alcantilado bosque cai no sono
O parque. Modorra a luz no lago.
E a natureza ali rendida à calma
escuta, toda ouvidos num nenúfar,
rumores da Eternidade que a sua alma
Antiga toca numa cana-de-açúcar.
Natália Correia
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terça-feira, agosto 21, 2012
Amo o teu túmido candor de astro
a tua pura integridade delicada
a tua permanente adolescência de segredo
a tua fragilidade acesa sempre altiva
Por ti eu sou a leve segurança de um peito
que pulsa e canta a sua chama
que se levanta e inclina ao teu hálito de pássaro
ou à chuva das tuas pétalas de prata
Se guardo algum tesouro não o prendo
porque quero oferecer-te a paz de um sonho aberto
que dure e flua nas tuas veias lentas
e seja um perfume ou um beijo um suspiro solar
Ofereço-te esta frágil flor esta pedra de chuva
para que sintas a verde frescura
de um pomar de brancas cortesias
porque é por ti que vivo é por ti que nasço
porque amo o ouro vivo do teu rosto
António Ramos Rosa
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domingo, agosto 19, 2012
Noutra praia
Mas tu pensas
que o mar te não esqueceu:
por isso voltas cada ano a esta praia
onde tudo o que permanece te ignora;
e encaras o mar como se fosses tu,
ainda tu,
quem recebe na face a mudança dos ventos
Luís Filipe Castro Mendes
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sexta-feira, agosto 17, 2012
quarta-feira, agosto 15, 2012
Na mão, em dedos leves
Na mão, em dedos leves e suspensos,
Sentir o fluido peso que se esquiva.
Ou, com dedos recurvos que se tocam,
Cingir musculaturas delicadas.
Ou, prolongando em dedos a mão toda,
Medir quanto de carne ali se amplia.
A mão conhece o que mal olhos vêem
Jorge de Sena
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segunda-feira, agosto 13, 2012
Meio-dia
Meio-dia. Um canto da praia sem ninguém.
O sol no alto, fundo, enorme, aberto,
Tornou o céu de todo o deus deserto.
A luz cai implacável como um castigo.
Não há fantasmas nem almas,
E o mar imenso solitário e antigo,
Parece bater palmas.
Sophia de Mello Breyner Andresen
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sábado, agosto 11, 2012
Previsível
um dia sol
flores azuis e poesia
outro chuva
silêncio e espinhos
sem meio termo
ou trovoadas
mera meteorologia
Márcia Maia
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quinta-feira, agosto 09, 2012
Um amor
Aproximei-me de ti; e tu, pegando-me na mão.
puxaste-me para os teus olhos
transparentes como o fundo do mar para os afogados. Depois, na rua,
ainda apanhámos o crepúsculo.
As luzes acendiam-se nos autocarros; um ar
diferente inundava a cidade. Sentei-me
nos degraus, do cais, em silêncio.
Lembro-me do som dos teus passos,
uma respiração apressada, ou um princípio de lágrimas,
e a tua figura luminosa atravessando a praça
até desaparecer. Ainda ali fiquei algum tempo, isto é,
o tempo suficiente para me aperceber de que, sem estares ali,
continuavas ao meu lado. E ainda hoje me acompanha
essa doente sensação que
me deixaste como amada
recordação.
Nuno Júdice
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terça-feira, agosto 07, 2012
Trago na palma da mão a luz diurna
Trago na palma da mão a luz diurna: e a ferida no flanco.
O meu deus, o meu demónio, respira fundo e alto.
Ela, a minha múltipla companheira,
é uma coluna silenciosa e ardente.
A luz sela esta aliança entre o sopro e a matéria
e uma voz se eleva nos barcos do silêncio.
António Ramos Rosa
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domingo, agosto 05, 2012
Mundo
Poderia falar da madrugada
-o tempo mágico-
e das vozes perdidas
entre gargalhadas
e sons inaudíveis.
Poderia falar da noite
que vem sempre
-inexorável e premente-
deitar-se connosco.
Mas, hoje, só posso falar
de saudade, de beijos;
imponderáveis e devaneios,
que me levam
-entre abraços e carícias-
ao fim do Mundo!
Paula Raposo, in "O Laço Impenetrável do Silêncio", pág.43, Chiado Editora
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sexta-feira, agosto 03, 2012
quarta-feira, agosto 01, 2012
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